Drummond é, sem dúvida, o maior poeta brasileiro do século XX. Sua estreia deu-se em 1930, com Alguma Poesia. De maneira geral, os poemas desse livro procuram retratar a vida à sua volta. Fala-nos de cenas do cotidiano, de paisagens, de lembranças, fotografando a realidade, retratando a "vida Besta", como no poema abaixo:
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar .
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Êta vida besta,meu Deus.
Op. cit., p.86
Por outro lado, o poeta se manifesta o seu pessimismo e sua personalidade reservada, tímida, desconfiada, de um poeta que nasceu "para ser gauche na vida"; outras vezes, deixa transparecer um fina ironia e humor, utilizando-se do poema-piada próprio dos modernistas da primeira fase como no exemplo a seguir:
ANEDOTA BÚLGARA
Era uma vez um czar naturalista
que caçava homens,
Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas,
ficou muito espantado
e achou uma barbaridade . Op.cit.,p.91
Uma particularidade de Carlos Drummond de Andrade é seu jeito mineiro de conquistar o leitor, de explorar o universo da sua Itabira, de explorar o mistério de cada homem somado as suas reflexões como poeta e de incorporações concretistas.
Procurando nos fatos mais corriqueiros também foi mestre na prosa, um escrita com ironia e humor como na crônica. Falando desse gênio e querido autor brasileiro que nos proporciona todas as leituras e universos que às vezes nos identificamos.
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